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Novos rumos para o CMMi

Novos rumos para o CMMi

Introdução

Em 2018 foi lançada a versão 2.0 do CMMi (Capabitliy Maturity Model Integration). Neste artigo abordaremos algumas das principais mudanças e a sua importância para a indústria de software.

Desenvolvimento

O framework CMMi é um metamodelo de processo [Pressman, 2016]. Ele pode ser bastante útil para empresas de software estabelecerem um processo de desenvolvimento completo e com qualidade. De acordo com Pressman (2016), o CMMi é uma conquista importante para a Engenharia de Software, pois proporciona uma discussão e aprendizagem na organização durante o processo de desenvolvimento de software. O CMMi é usado por várias empresas de diferentes ramos, sendo elas:

  • Serviços Financeiros;
  • Transportes;
  • Governos/Serviços Públicos;
  • Aeroespacial.

Em meados de Março de 2018 foi lançada a versão CMMi 2.0 para atender às novas exigências do mercado global de engenharia de software, dentre eles, os métodos ágeis de desenvolvimento. A versão anterior da 2.0, era totalmente prescritiva e funcionava muito bem com o cascata. Muitas empresas tinham resistência à adoção, devido a forma como o CMMi era imposto e, além disso, o modelo era adequado apenas para empresas de desenvolvimento de software de grande porte. De acordo com Mezenna e Zwicker (2007), o CMMi exigia

procedimentos rígidos de autorizações e de atribuição de responsabilidades.   Esse formalismo teve reflexos na implantação do modelo, pois exigiu mais tempo e mais recursos humanos. Os reflexos também foram percebidos na falta de envolvimento e comprometimento com a implantação do modelo. A dificuldade das pessoas de assumir responsabilidades permeou a implantação, e o esforço acabou ficando por conta de poucas pessoas efetivamente empenhadas no sucesso do projeto.” 

A nova versão do CMMi é focada em performance e como o desempenho afeta os negócios de uma organização. Pode também ser integrada com o SCRUM, dando ênfase na segurança. Essa versão também pode reduzir o custo e o tempo necessário de uma avaliação. O CMMI 2.0 também reduziu a necessidade de conhecimento técnico, por isso pode ser mais fácil para quem está fora do setor de tecnologia ler e entender.

De acordo com o CMMi Institute [ISACA – CMMi Performance Solutions], segue alguns dados iniciais sobre a adoção do CMMi 2.0 nas empresas:

  • 14% das empresas tiveram aumento na produtividade;
  • 20% na redução de defeitos;
  • 97% na taxa de entrega de produtos dentro do prazo estipulado.

Para alinhar com o contexto ágil, foram criadas algumas PAs (Process Areas), tais como: Gerenciamento de Desempenho e Medições (Managing Performance and Measurement – MPM), Desenvolvimento Ativo de Processo (Process Asset Development  – PAD) e Gestão de Processos (Process Management – PCM). Vale destacar que PA é um conjunto de práticas que descreve uma atividade crítica e necessária para alcançar um objetivo e valor do negócio [Henriquez, Moreno, Calvo-Manzano e  Feliu, 2021]

Conclusão

Neste artigo abordamos sobre algumas das principais mudanças do CMMi 2.0. A nova versão do CMMi foi projetada para ser facilmente entendida, acessível e flexível às exigências das empresas globais de desenvolvimento de software. 

O CMMi tem ajudado desde pequenas empresas a multinacionais a mudarem de um modelo de desenvolvimento de software prescritivo para um modelo flexível com boas práticas, sendo comprovado e mensurado nos resultados dessas empresas [ISACA – CMMi Performance Solutions]. 

Referências e Leituras Complementares

Mezzena, B., & Zwicker, R. (2007). Benefícios e dificuldades do modelo CMM de melhoria do processo de software. REGE Revista de Gestão, 14(3), 107-121.

Henriquez, V., Moreno, A. M., Calvo-Manzano, J. A., & Feliu, T. S. (2021). Agile-CMMI alignment: CMMI V2. 0 contributions and to-dos for organisations. arXiv preprint arXiv:2110.00399.

What is CMMI? A model for optimising development processes (2021). Disponível em https://www.cio.com/article/274530/process-improvement-capability-maturity-model-integration-cmmi-definition-and-solutions.html

Pressman, R. S., & Maxim, B. R. (2016). Engenharia de software: Uma abordagem profissional. McGraw Hill Brasil.

White Paper. THE BUSINESS VALUE OF CMMI V2.0—By the Numbers. ISACA – CMMi Performance Solutions.